domingo, 3 de janeiro de 2010

Choque anafilático

Infame
Inflame
me chame
para o vexame
do enxame

do ferrão
do zumbido
das abelhas
arquitetas da colmeia
Epopeia

prurido da vermelhidão
veio a rouquidão

Sem palavras
cem palavras
Não dizem nada
Não provam nada

Nada no rio
nada no mar
mergulha no vazio
profundo da irrazão
sem concepção
só na emoção

Ruído

Palhaços nos abraçamos
Com presentes
Ausentes do sentido imbuído
de um espírito consumidor
ruído
entendido como natalino

Ópio reduz o ódio
da miséria agravada
da corrupção nata deste sistema

Com nariz vermelho
alimentamos com alegria
a realizada mais-valia

No shopping
na concessionária
na padaria

Mercadorias
produzidas coletivamente

E o fruto?
Colhem direto da árvore

E a árvore de natal
nos conforta
com bolas de vidro
coloridas.